DEZ PASSOS
PARA QUITAR SUAS DÍVIDAS E SAIR DO VERMELHO!
DEZ PASSOS
PARA QUITAR SUAS DÍVIDAS E SAIR DO VERMELHO!
Quando se
trata de sair do vermelho, não existe nenhuma fórmula mágica que funcione para
todo mundo. Se você estiver enfrentando essa situação no momento, console-se,
você não está sozinho. O IPEA (Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou recentemente que cerca de 50% dos
brasileiros estão endividados e, para alguns desses brasileiros, a dívida pode
chegar a cinco vezes o valor de sua renda mensal!
A boa
notícia é que é possível sair desse buraco aparentemente sem fundo. A má
notícia é que vai ser preciso esforço e muita disciplina para sair do vermelho
e uma disciplina maior ainda para continuar fora dele. Ainda animado para mudar
sua relação com o dinheiro? Ótimo! Os dez passos abaixo vão guiá-lo até a luz
no fim do túnel.
PASSO
1: TENHA UM ORÇAMENTO DOMÉSTICO
Você já
sabia disso mas agora, é para valer. Você precisa ter uma orçamento doméstico,
por mais simples que ele seja. Liste todas as suas despesas e todas as suas
receitas. Não se esqueça de incluir dívidas, impostos e as despesas esporádicas
como seguro do automóvel, IPVA, etc. Essa é a única maneira de saber tudo o que
tem para pagar, quanto dinheiro terá para pagar essas despesas e avaliar onde e
como está gastando seu dinheiro.
PASSO
2: SAIBA O TAMANHO DO BURACO
Esta é
possivelmente a pior parte de todo o processo de sanar suas dívidas - descobrir
quanto você deve. Faça uma lista com
tudo o que estiver com pagamento atrasado: cartões de crédito, contas da casa,
contas médicas, prestações, carnês, cheque especial, saldo negativo no banco,
etc. Para cada item da lista, coloque o valor do pagamento mensal, taxa de
juros e o total devido. Atualize essa lista mensalmente, à medida que for
abatendo parte da dívida. Você vai se sentir muito bem ao ver o saldo final
ficar menor a cada mês.
No caso das
dívidas sobre as quais incidem multas e juros, como cartões de crédito,
prestações, etc, contate a instituição e peça um levantamento - por escrito -
com o detalhamento da dívida: valor principal, juros e quaisquer outras taxas
cobradas. Isso é necessário porque é comum que instituições financeiras incluam
taxas de cobrança ou advocatícias que não fazem parte da dívida original. Além
disso, esses documentos fornecidos pelos credores podem ser úteis, em caso de
uma disputa judicial.
Se você
precisar, peça ajuda a alguém que conheça o assunto ou procure os órgãos de
proteção ao consumidor, como o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor) ou o Procon. Pronto, por pior que seja o cenário, ele agora é
conhecido e você tem um ponto de partida para voltar ao azul.
PASSO 3:
CORTE SEUS GASTOS
Como você já
imaginava, não dá para falar em pagar dívidas gastando a mesma coisa que levou
você até elas. Classifique as despesas que você incluiu em seu orçamento
doméstico em 3 categorias: imprescindíveis (alimentação, aluguel, água, luz,
mensalidade escolar, etc.); desejáveis (academia, TV a cabo, assinatura de
jornal, etc.) e supérfluas (cinema, restaurantes, viagens, etc.). Não preciso
dizer que cabe a cada um definir o que é imprescindível, desejável ou
supérfluo, de acordo com seu estilo de vida, mas se você incluir tudo no item
imprescindíveis, o caminho para a recuperação vai ser muito, muito árduo!
Começando
pelos itens supérfluos e prosseguindo para os desejáveis e imprescindíveis,
decida quais deles podem ser eliminados. Você pode alugar DVDs ao invés de ir
ao cinema. Por que não cancelar a academia, onde você não vai há dois meses? É
possível vender um dos carros e viver com um carro só? Se não puder cortá-los
totalmente, como é provavelmente o caso dos itens imprescindíveis, encontre
maneiras de pelo menos reduzir o total gasto. É possível encontrar um
apartamento com aluguel mais baixo? Encontrar maneiras de reduzir o consumo de
energia elétrica?
Corte o
máximo possível em todas as categorias mas um conselho: permita-se alguns itens
de lazer que custem pouco. Quase ninguém consegue viver sem atividades sociais
ou recreativas pelo tempo necessário para se livrar de todas as dívidas.
PASSO 4:
TENTE PARAR O SANGRAMENTO
Quando suas
dívidas mensais são apenas levemente superiores à sua receita no período, é
possível recuperar sua saúde financeira com o uso de disciplina, mas sem
medidas extremamente severas. Situações críticas, entretanto, podem exigir um
curso de ação mais drástico e imediato. Se tiver investimentos, resgate-os para
quitar suas dívidas em parte ou na totalidade. É muito pouco provável que o
retorno financeiro de suas aplicações superem as taxas de juros que incidem
sobre cartões de crédito ou cheque especial. Se não possuir investimentos,
considere vender outros ativos, como veículos ou imóveis de lazer. Essa é uma
maneira drástica mas efetiva de reduzir o sangramento representado pelo
pagamento de juros sobre juros aplicados sobre o total devido ou até mesmo de
evitar a perda definitiva de algum bem.
PASSO 5:
RENEGOCIE O VALOR DA DÍVIDA
Contate seus
credores e convença-os de que deseja quitar sua dívidas mas precisa de ajuda
para fazê-lo. Este não é o momento para se sentir constrangido - você e metade
do mundo estão tendo dificuldades em fazer o dinheiro chegar ao final do mês.
Isso se você ainda estiver empregado. As instituições financeiras estão
acompanhando a situação econômica global e estão sensibilizadas - ou no mínimo
acostumadas - com a situação de pessoas como você, o que as torna dispostas a
negociar para receber pelo menos em parte o que lhes é devido. Nesse cenário, é
possível que elas aumentem o número de parcelas, ofereçam descontos nos juros
ou até mesmo no valor do principal.
Ao negociar,
avalie com atenção se o que está sendo proposto é justo - mais uma vez, peça
ajuda a conhecidos ou órgãos de proteção ao consumidor. Se for justo, avalie se
você poderá arcar com o que está sendo proposto e leia com atenção as cláusulas
do contrato - de nada adianta uma excelente negociação se você não puder
cumprir a sua parte do acordo.
PASSO 6:
TROQUE SUA DÍVIDA POR OUTRA MELHOR
Para a
maioria das pessoas endividadas, o cartão de crédito ou cheque especial aparece
no topo da lista de valores devidos - seja pelo montante representado, seja
pelo valor das taxas de juros cobradas, normalmente absurdamente altos.
Se você
tiver seguido a recomendação anterior e tentado renegociar sua dívida, deve ter
percebido que as administradoras de cartão de crédito raramente aceitam uma
renegociação e preferem que você continue pagando o valor mínimo da fatura.
Essa é a pior coisa a fazer com esse tipo de dívida. Pesquise as taxas de juros
cobradas pelas várias instituições e obtenha um empréstimo pessoal com o banco que
praticar as menores taxas. Ao comparar as taxas, leve também em consideração as
tarifas envolvidas no processo, como a de abertura de crédito, por exemplo.
Dessa forma, você estará trocando uma dívida de custo altíssimo como a do
cartão de crédito ou cheque especial por outra de custo bem mais barato. Se for
o caso, use parte desse empréstimo para pagar todas as dívidas cujas taxas de
juros sejam superiores às do empréstimo contratado.
PASSO
7: EVITE SEUS MAIORES INIMIGOS: CHEQUE
ESPECIAL E CARTÃO DE CRÉDITO
Para muitas
pessoas, o limite de gastos mensais é o limite imposto pela administradora do
cartão de crédito e não pelo seu salário. E com taxas de juros que passam
frequentemente de 150% ao ano, entrar no crédito rotativo - aquele sistema em
que você paga o valor mínimo ou um valor menor do que o total da fatura - pode
fazer com que em pouco tempo você esteja devendo o dobro do que gastou.
Pense no
cartão de crédito como uma forma de comprar agora para pagar em até 30 dias
algo cujo valor você poderia pagar integralmente neste momento sem abrir um
buraco em suas finanças. Se você não tiver condições de gastar esse dinheiro
agora, como conseguirá arcar com essa despesa no futuro? Parcelar no cartão,
mesmo sem juros, também não é uma boa idéia, porque no mês que vem você não vai
resistir ao celular que pode ser parcelado em 3 vezes, sem lembrar que já
existem parcelas de outras compras irresistíveis feitas no meses anteriores.
O cartão de
crédito pode ser uma ferramenta muito útil. Algumas situações requerem cartão
de crédito, como a reserva de hotéis, por exemplo. Além disso, pagar tudo com
cartão de crédito permite centralizar o pagamento de seus gastos em datas
específicas do mês, o que facilita seu planejamento financeiro. Isso sem falar
na possibilidade de juntar milhas e trocá-las por viagens ou outros tipos de
benefícios. Mas, considerando os riscos envolvidos, ele só deveria ser usado
por quem entende que só deve gastar no cartão aquilo que pode pagar na data do
vencimento da fatura. Usá-lo com inteligência,
checando seu extrato semanalmente para manter seus gastos dentro do que você
pode pagar e pagando o valor total da fatura na data de vencimento, é o ideal,
mas nem todo mundo tem a disciplina necessária para fazê-lo.
Você não faz
parte desse grupo de pessoas? Cancelar seus cartões de crédito é uma saída para
quando o saldo devedor começar a fugir ao controle. Algumas vezes e para muitas
pessoas, a única saída.
PASSO
8: MUDE SUA RELAÇÃO COM O DINHEIRO
Adote novos
comportamentos com relação ao dinheiro. Ao considerar novos gastos, pense em
termos de quantas horas ou dias de trabalho esse item representa e avalie
quantas horas de trabalho você trocaria por aquela TV que gostaria de comprar:
10, 30, 50? Trocar o fator dinheiro pelo fator tempo de trabalho pode mudar
completamente seus hábitos de consumo. Se ainda assim você quiser ir adiante,
considere adiar a compra até ter economizado o valor necessário para pagar o
bem à vista e com desconto.
PASSO
9: CRIE UM FUNDO DE EMERGÊNCIA
Isso parece
utopia nesta altura do campeonato, mas lembre-se de que se você tivesse uma
reserva financeira lá atrás, talvez não se encontrasse nessa situação agora.
Assim que for possível, comece a poupar uma quantia todos os meses para formar
um fundo de emergência. Use receitas extras, como o 13º. Salário ou a devolução
do Imposto de Renda. O fundo de emergência serve para cobrir despesas - como o
nome já diz - emergenciais de curto prazo e lhe dar a segurança de saber que
está preparado para lidar com imprevistos sem se afogar em dívidas. Quando seu
fundo de emergência atingir o equivalente a 6 meses de despesas mensais, comece
a poupar para o longo prazo. Invista parte de todo aumento de salário, antes
que se acostume com o novo padrão financeiro.
PASSO 10:
COMEMORE!
Aprenda a
comemorar a cada vez que uma dívida for quitada. Torne esse processo, se não
divertido, ao menos gratificante. Retomar o controle de sua vida financeira
pode ser um desafio, mas nada se compara à sensação de ver seu extrato bancário
passar do vermelho para o azul e saber que você se tornou uma pessoa capaz -
pelo menos no que se refere a dinheiro - de fazer escolhas mais sensatas no
futuro.
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